Com a Solenidade
de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, a Igreja encerra o ano litúrgico
de 2013, fazendo-nos contemplar a realeza de Cristo sob três aspectos. Cristo
Jesus, Senhor nosso, é Sacerdote, Profeta e Rei. E assim o contemplamos na
liturgia da palavra desta solenidade sob o véu da Cruz, no hino cristológico de
São Paulo e na unção de Davi como rei de Israel.
Cristo, na cruz,
manifesta o sacerdócio, cumpre a sua profecia e afirma o seu reinado. Mas
vejamos a narração de Lucas apenas sob o aspecto do Sacerdócio-Sacrifical de
Nosso Senhor. De fato, Cristo é o único e perfeito sacerdote que, para exercer
a sua função, ofereceu-se a si mesmo, na cruz (cf. Hb 7,24-28), como vítima em
holocausto, para nossa salvação. Jesus é Sacerdote-Rei e, permanecendo na cruz,
revela a própria glória como Cordeiro Imolado.
Davi, ao ser
ungido rei e reconhecido como tal por todas as tribos de Israel, realiza a Palavra
do Senhor predita por Samuel. Se referirmos esta figura a Cristo, veremos que o
que fora dito por Deus a Davi também – e mais plenamente – aplica-se àquele que
é Rei e Senhor de todo o Universo, Cristo Jesus. “Tu apascentarás o meu povo e
serás o seu chefe” (cf. 2Sm 5,2). Somente em íntima e profunda relação com
Jesus, nosso Rei e Senhor, têm sentido e valor a dignidade que nos foi
conferida – de filhos de Deus – e a responsabilidade que ela exige – de, cada
vez mais, assemelhar-nos à Ele em sua realeza-irmandade para conosco.
Paulo, ao
reconhecer que a iniciativa da salvação dos homens é de Deus, canta cheio de
entusiasmo a revelação suprema de Deus Pai que, em sua vontade quis recapitular
todas as coisas em seu Filho amado. “Ele existe antes de todas as coisas e
todas têm nele a sua consistência” (Cl 1,17). Por isso, por sua graça e por sua
bondade, Ele, que, em sua missão, comunicou a vontade de Deus para a nossa
vida, tornou-nos capazes de participar da luz, que é herança dos santos (cf. Cl
1,12). Cristo, Profeta-Rei, ao fazer-se Palavra eterna de Deus, quis que nossa
vida fosse pleno cumprimento d’Ela.
Por fim, o verdadeiro
cristão, como discípulo de Jesus, deve ser sinal da paz que o Cristo
Sacerdote-Profeta-Rei veio instaurar no mundo. E é na Igreja, porção da
humanidade escolhida por Cristo; e é na Igreja, que reconhece o Deus Cristo
Jesus como seu rei ungido, que a realeza de Cristo se manifesta. É por meio da
Igreja que Cristo, em sua realeza-profética, chama-nos ao seu seguimento, e, em
sua realeza-sacerdotal, oferecendo-se a si mesmo como vítima de oblação, dá-nos
a sua paz.
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